
Ainda nova percebi o poder das palavras e já nas primeiras viagens usando um livro como passaporte me encantei. Um universo novo escrito alí, histórias de tempos remotos, tempos futuros, tempos fictícios. Também me encanta na leitura a possibilidade de encarar um livro como uma mensagem semelhante a verbal, ler algo escrito pelo Dante Alighieri é como estar sentada em uma platéia escutando ele próprio contar uma história. Eu sou mais uma na platéia, mas o palestrante é o Dante Alighieri, esse autor viveu no século XIIV e é uma honra ler as palavras dele, conhecer a cultura dele, viajar nas suas histórias com tantas outras pessoas de tantos outros tempos. O mesmo ocorre quando leio livros de autores desconhecidos, é como se eu conversasse com aquela pessoa e pelo jeito que tal autor escreve eu conheço parte dele.
Entrar em uma história é simplesmente fantástico. É fantástico acordar com um livro jogado no chão e procurar nele a página que você adormeceu tentando assim diferenciar o que foi sonho e o que foi literatura, como a blogueira Dani mencionou: "Quando eu vou dormir eu sonho com ela e quando acordo não sei se foi um filme ou o livro que li", isso é tão bom. O cheiro de livro novo, a tristeza de finalizar uma série de livros, o ciúme por aquele livro em específico, virar a madrugada lendo por não conseguir adormecer antes de saber o fim daquela história. O desvendar de um mistério junto com o personagem e o sofrer do mesmo, a lágrima derramada resultante do sofrimento transmitido através de algumas páginas, mas esse sentimento também pode ser de alegria, de perda de um personagem querido ou de revolta por descobrir que aquele falso era o assassino. A alegria que é ganhar um novo livro imaginando que histórias virão daquelas páginas e procurar após a última folha de um livro a sua continuação desejando muito que haja mais um capítulo escondido naquela página... Indicações de livros também me alegram. Adoro quando um amigo bate na minha porta com um livro na mão e diz: "Eu lembrei de você quando li". Livros indicados, trocados, furtados, emprestados, todos com uma história, todos especiais.
Por fim, não ler seria o mesmo que evitar conhecer tantos personagens magníficos que residem nos livros.
Este post/crônica foi escrito para participar da idéia da blogagem coletiva com o tema “Por que você gosta de ler”, do blog Livros e afins.