- Por Leandro Moraes da Silva
A propaganda foi um elemento fundamental para estruturação política tanto no governo Vargas quando no estado peronista, pois foi por meio deles que políticas públicas de cunho centralista foram naturalizadas, existindo uma construção de imaginário que trazia uma identidade nacionalista e trabalhista para a população.
Dentro de uma lógica diferenciada de representar o meio civil, onde transitava-se de um ideal essencialmente individualista/ liberalista para um pluralista/ protecionista, emergia a imagem do cidadão/ trabalhador, visto cada vez mais como membro socialmente útil do estado se construindo nas intensas propagandas estatais desses dois governos.
A constante propagação da importância do trabalhador para o Brasil e Argentina era motivada por uma imensa intenção do estado em formar uma mão de obra qualificada e forte, preparada para o desenvolvimentismo do país. O trabalho, antes elucidado como uma ação de pouca dignidade interligada com o modelo escravista, agora era um elemento fundamental para a “emancipação da personalidade”, valorizando o homem e o proporcionando respeito e dignidade.
Temos vários usos simbólicos nas propagandas. No Brasil, a figura de Vargas e a bandeira brasileira foram emblemas bastante utilizados no período do estado novo (1937 – 1945), sempre co-elacionados com os valores essenciais de ordem com “pitadas” de liberdade. Na Argentina, não obstante, a grande figura de Perón e de Eva estava sempre nos céus, onde em baixo das imagens existia trens, carros e outros bens que mostravam as inovações, ou seja, um país desenvolvido. Nas figuras ficavam os trabalhadores com macacões sempre ao lado de tratores e inchadas, demonstrando felicidade com sorrisos a comprimentos. Todavia, devemos fazer algumas diferenciações entre os sistemas de propaganda desses dois governos, pois apesar do DIP¹ ser bem parecido com o SII² em sua estruturação, havia ideologias diferentemente marcantes entre elas, enquanto Vargas promovia relações políticas entre várias parcelas da sociedade indo desde a igreja até a burguesia industrial, não havia muita preocupação e/ou importância com as mobilizações de massas, até porque foi instaurado um golpe militar instaurado a partir de apoio de setores dominantes e das forças armadas. Diferentemente, Perón apesar de ter apoio de boa parte dos militares, com sua política de justiça social, se preocupava bastante com as movimentações das massas argentinas. Enquanto Vargas foi “mãe dos ricos e pai dos pobres”, Perón foi “Pai e amigo dos pobres ³ ".
O Justicialismo de Perón tentava trazer uma terceira opção ao capitalismo e ao comunismo. Era uma justiça impregnada de simbolismo ligada a “solidariedade, educação, confiança, patriotismo, liberdade, paz, cultura, bem – estar, progresso e igualdade”. Vargas também possuiu muito desses valores, porém, com mais moderação.
Péron e sua mulher
1 comentários:
É uma visão simplista, porém precisa acerca dos dois governos.
Realmente, a propaganda maciça tem o poder de romper com a inércia, acho que seria uma boa saída para deflagar o movimento anticorrupção e o resgate da verdadeira democracia.
Parabéns!
Belo Post.
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