ESCOLHA DO TOM
Há tantos livros com os quais me indentifico bastante. Sou um grande fã de fantasias medievais, mas dentro de um mundo onde a literatura passou a ser crime e que apenas poucos fossem detentores desse luxo meu nome seria: Poesia...
Em mim as pessoas encontrariam a beleza de um verso repleto de rimas raras. Idéias obscuras de um jovem sem esperança na vida, nas palavras de Lorde Byron. A definição contraditória do que viria a ser o amor, nas antíteses de Camões. O poema forte e incisivo, nos pensamentos de Augusto dos Anjos. A liberdade cantada, nos versos de Castro Alves. A crítica aterradora, do barroco Gregório de Mattos. A esperança em dias melhores, na eternidade de Carlos Drummond de Andrade... A filosofia poética, nas rimas de William Shakespeare... são muitos nomes que teria orgulho em carregar sobre meus ombros. Não escolhi um livro, de fato. Eu seria uma coletânea de poesias!
Por que meu nome seria Poesia?
Porque em um mundo como Fahrenheit 451, onde as pessoas não podem se comover ou alegrar-se lendo um bom livro, acredito que falta a beleza da vida. Falta a estas pessoas o entendimento do viria a ser o amor. Na poesia encerra-se todo o significado da vida e da morte. Do amor e da solidão. Há uma diversidade de idéias, pensamentos e críticas veladas por detrás dos mais belos versos. Acredito que por mais triste que seja a realidade há a necessidade de esperança. O homem é movido por este sentimento que dá objetivo... Dum spiro, spero...
As pessoas têm a necessidade de ouvir...
"De tudo, ao meu amor serei atento
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento.
Quero vivê-lo em cada vão momento
E em seu louvor hei de espalhar meu canto
E rir meu riso e derramar meu pranto
Ao seu pesar ou seu contentamento.
E assim, quando mais tarde me procure
Quem sabe a morte, angústia de quem vive
Quem sabe a solidão, fim de quem ama
Eu possa me dizer do amor (que tive):
Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure ".
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento.
Quero vivê-lo em cada vão momento
E em seu louvor hei de espalhar meu canto
E rir meu riso e derramar meu pranto
Ao seu pesar ou seu contentamento.
E assim, quando mais tarde me procure
Quem sabe a morte, angústia de quem vive
Quem sabe a solidão, fim de quem ama
Eu possa me dizer do amor (que tive):
Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure ".
- (Soneto de Fidelidade, de Vinícius de Morais)
...quando estam amando apaixonadamente. Elas tem a ânsia em ouvir...
"Lá bem no alto do décimo segundo andar do Ano
Vive uma louca chamada Esperança
E ela pensa que quando todas as sirenas
Todas as buzinas
Todos os reco-recos tocarem
Atira-se
E
— ó delicioso vôo!
Ela será encontrada miraculosamente incólume na calçada,
Outra vez criança...
E em torno dela indagará o povo:
— Como é teu nome, meninazinha de olhos verdes?
E ela lhes dirá
(É preciso dizer-lhes tudo de novo!)
Ela lhes dirá bem devagarinho, para que não esqueçam:
— O meu nome é ES-PE-RAN-ÇA"...
Vive uma louca chamada Esperança
E ela pensa que quando todas as sirenas
Todas as buzinas
Todos os reco-recos tocarem
Atira-se
E
— ó delicioso vôo!
Ela será encontrada miraculosamente incólume na calçada,
Outra vez criança...
E em torno dela indagará o povo:
— Como é teu nome, meninazinha de olhos verdes?
E ela lhes dirá
(É preciso dizer-lhes tudo de novo!)
Ela lhes dirá bem devagarinho, para que não esqueçam:
— O meu nome é ES-PE-RAN-ÇA"...
- (Esperança, de Mário Quintana)
...quando tudo é somente escuridão e medo.
As pessoas precisam ouvir palavras que se assemelhem ao que sentem. Saber que há outras pessoas que as entendem.
"Meu nome é poesia
Em meu canto a vida dança
Para muitos minhas palavras são heresia
Para outros elas são esperança"...
- (Meu Nome É Poesia, de Tom)
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ESCOLHA DA THAI
Há tantas obras que eu tentaria decorar, que levaria na lembrança. Tantas histórias que me alegraram, mas na difícil escolha de uma obra apenas eu seria com muita honra O Mundo de Sofia.
Guardaria na memória toda a história da pequena Sofia que próximo ao seu aniversário de 15 anos descobriu o mundo da filosofia. A cada capítulo, a cada ensinamento está gravado uma época diferente onde é descrito com fidelidade os pensamentos das sociedades antigas nos levando a compreender toda a evolução da história e filosofia junto com seus principais mestres.
Em Fahrenheit 451 eu provocaria a curiosidade das pessoas com questões como "Quem é você? Como o mundo foi criado? Será que existe uma vontade ou um sentido por detrás do que ocorre? Há vida após a morte? Como podemos responder essas perguntas? E, principalmente, como devemos viver?" e junto com sua personagem principal conheceríamos um pouco sobre a vida e os pensamentos de filósofos como Sócrates, Platão, Aristóteles, Descartes, Marx, Darwin, Freud entre tantos outros. A história que eu levaria em memória não tentaria explicar todas as respostas, e sim apresentar questões as pessoas com a finalidade de fazê-las pensar e posteriormente apresentando a visão de pensadores sobre tais questões, assim, Sofia (e seus leitores) poderiam comparar diferentes pensamentos podendo assim criar as suas próprias respostas. Uma obra interativa que provoca pensamentos fazendo qualquer ouvinte/leitor se questionar e filosofar sobre as coisas mais simples até as mais complexas.
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"O outro envelope também trazia o seu nome. Abriu-o e tirou uma pequena folha de papel, igual à primeira, em que estava escrito: De onde vem o mundo?Não faço a menor idéia, pensou Sofia. Mas também ninguém sabe! E apesar disso Sofia achou a pergunta pertinente. Pela primeira vez em sua vida ela pensava que era praticamente impossível viver num mundo sem ao menos perguntar de onde ele vinha.Sofia estava tão perturbada com as duas cartas misteriosas que resolveu se enfiar em sua caverna. A caverna era o seu esconderijo secreto. E ela só ia para lá quando estava muito brava, muito triste ou muito alegre. Hoje ela estava muito confusa."
Trecho do livro O Mundo de Sofia
Este post/crônica foi escrito para participar da idéia da blogagem coletiva com o tema “Em Fahrenheit 451, que livro você seria?”, do blog Livros e afins.